quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Combustível: preço da gasolina pode chegar a R$ 3,53 no final da ...

O aumento contínuo do preço do barril de petróleo no mercado internacional deve facilitar a exploração do pré-sal, que vai expandir em 77% a oferta efetiva de petróleo do Brasil até 2020. Mas o potencial de produção é ameaçado por falta de mão-de-obra e gargalos logísticos. As conclusões são do estudo "Brasil sustentável - Perspectivas dos mercados de petróleo, etanol e gás", divulgado em parceria pela Ernst Young Terco e a FGV Projetos. O estudo estima que o preço do barril de petróleo no mercado internacional esteja entre US$ 120 e US$ 134 no final da década, um preço médio 35% a 60% superior à média registrada em 2010, em termos reais. Para Carlos Assis, sócio da Ernst Young Terco, "o aumento do preço do petróleo no mercado internacional é um fator positivo para a viabilidade da exploração do pré-sal". Mas a oferta mundial de petróleo deve aumentar principalmente em função dos avanços tecnológicos que permitem a prospecção em águas profundas, o que "vai representar um novo patamar de custos" para a extração de petróleo, segundo Otávio Mielnik, da FGV. No Brasil, a produção do pré-sal deverá alcançar a marca de 600 mil barris/dia, duplicando a produção brasileira, que deve representar 5% da oferta mundial em 2020. Os investimentos em exploração e produção até o final da década, divulgados pelas empresas do setor, somam US$ 250 bilhões no país. Entre os desafios para a exploração do pré-sal está a falta de pessoal especializado. De 2009 a 2010, o número de pedidos de visto para trabalho temporário no Brasil cresceu de 40 mil para quase 60 mil. "Sendo que 95% desse número é para trabalho temporário técnico e o petróleo está por trás disso", disse Elizabeth Ramos, sócia da Ernst Young Terco. Para Elizabeth, problemas de infraestrutura e gargalos logísticos também vão impactar a exploração do pré-sal. O desenvolvimento de infraestrutura de transporte do petróleo e do gás natural é um dos principais obstáculos a serem superados nessa área, já que a distância média entre a costa e as plataformas vai aumentar de 150 km para 350 km, segundo o estudo. Em 2020, o consumo mundial de petróleo deve se aproximar do patamar de 85 milhões de barris/dia, um crescimento de apenas 2% em relação a 2010. A expansão do consumo deve ocorrer principalmente em países em desenvolvimento, como Brasil, Índia e China. Segundo Mielnik, "a demanda [mundial] não vai crescer tanto. Mas os países emergentes têm uma demanda crescente que continuará". O estudo indica que a demanda brasileira por petróleo deve aumentar 29% até o fim da década, representando em 2020 o equivalente a 4% do consumo mundial do combustível.

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